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Escuta Sagrada

Ilustração em estilo anime adulto de uma mulher e um homem que a embala com sua escuta ativa, enquanto uma pomba branca pousa suavemente sobre eles, simbolizando paz, amor e espiritualidade.

Ela caminhava há anos com o corpo ereto e os olhos atentos, como quem vive à beira de um desmoronamento. Carregava vozes nas costas — as da família, da escola, dos espelhos, dos amores passados e dos livros que leu. Vozes que cobravam, criticavam, julgavam. Vozes que a faziam se esquecer do som da própria alma.


Mas havia um lugar que ela mantinha secreto: um mundo feito de cor, som e silêncio. Era lá que dançava sozinha, escrevia versos com os dedos no ar e chorava sem motivo. Esse lugar não tinha nome, mas ela o chamava de arte.


Numa noite qualquer, entre o sono e o sonho, ela entrou num espaço suspenso no tempo. Não sabia se era lembrança ou invenção, mas havia um homem sentado ali. Seus olhos não eram de carne — eram janelas abertas.


Ela o conhecera há décadas, quando ainda acreditava que cura era coisa de receita médica. Mas ali, diante dele, agora, tudo era diferente. Não havia consultório, relógio ou protocolo. Havia apenas presença.


Sentou-se à sua frente. Não disse nada. E ele, com uma delicadeza quase impossível, apenas escutou o que ainda não havia sido dito.


Ela começou a falar: da música que a embalava, da dança que a libertava, da poesia que a construía e da pintura que a atravessava. Falou da beleza como quem confessa um segredo — e ele a escutava com os olhos fechados, como quem ora.


— A arte é minha casa. O único lugar onde me sinto viva.


Ele não respondeu com palavras. Estendeu os braços. E ela soube que era ali.


Ali era o colo que sempre buscou. Um colo que não pedia explicações, não exigia força, não lhe pedia para se calar. Apenas a acolhia, inteira — com suas feridas, seus brilhos, suas danças e silêncios.


Encostou a cabeça em seu peito e sentiu um calor que vinha de dentro. Um calor que não era paixão, nem desejo, nem fantasia. Era algo mais. Era lar.


Naquele colo, ela não era mulher, filha, profissional, nem sobrevivente. Era alma. Era sopro. Era essência.


E ali, por fim, ela descansou.


Angela Ponsi

A Mulher que Sonha


**Este conto e sua ilustração foram criados em diálogo com a inteligência artificial — uma parceria onde o sonho trouxe a essência e a tecnologia ajudou a dar forma.



Este conto nasceu de um sonho. Nele, a escuta atenta do homem transfigurava-se em um colo sagrado, um espaço seguro onde a alma da mulher podia se despir das máscaras, revelando sua essência em toda a beleza. Assim, compreendi que ouvir, acolher e silenciar junto é também um gesto de amor — capaz de transformar o invisível em presença e o frágil em força.


Da mesma forma, cada história que guardamos em silêncio espera por um espaço seguro para nascer.


A Editora Conto é esse colo sagrado para escritores: um lugar de escuta, acolhimento e liberdade criativa, onde suas palavras podem florescer e ganhar o mundo.


📖 Escreva, publique e revele a beleza da sua voz com a Editora Conto.



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