O Sonho de Clara
- Angela Ponsi
- 24 de ago.
- 2 min de leitura

Clara estava sentada numa cadeira de rodas, imóvel, como se a vida tivesse sido suspensa dentro de um corpo jovem demais para o silêncio. Seus olhos não se moviam, seus lábios não pronunciavam som algum. O peso da ausência a mantinha aprisionada em um estado que não era sono nem vigília — apenas estagnação.
Uma clínica branca a abrigava, mas as paredes eram frias demais para conter sonhos. Por isso, tomei-a pela mão invisível que une aqueles que ainda acreditam na esperança e a levei para a praia.
O mar se abria diante de nós como um espelho líquido, cintilando sob o sol. O vento trazia o perfume salgado das ondas e, por um instante, algo dentro dela despertou. Seus olhos brilharam, como se o oceano tivesse acendido uma chama adormecida.
Antes sem palavras, na praia ela começou a falar. Sem movimento, tentou se erguer. A cadeira, que até então parecia ser uma extensão de sua carne, tornou-se um objeto estranho, quase inútil.
Foi então que um jovem se aproximou. Tinha a delicadeza da luz do amanhecer: cabelos claros, olhar translúcido. Sem esforço, mas com imensa gentileza, tomou-a nos braços e apoiou seus pés na areia úmida.
E ela andou.
Andou como quem nunca tivera limites.
Andou como quem sempre soube que poderia voar.
Rindo, correu até o mar e se lançou nas águas profundas. Livre, inteira, sem peso, sem prisão.
E, nesse instante, já não havia mais separação entre ela e eu. Fui eu quem mergulhou. Fui eu quem se libertou. Fui eu quem descobriu que as grades que acreditava segurar nunca estiveram trancadas.
O mar me acolheu como mãe, como mistério, como casa. E compreendi que a verdadeira cura não estava em quebrar correntes, mas em recordar que eu nunca as tivera.
Angela Ponsi – A Mulher que Sonha
**Texto e imagem desenvolvidos com apoio da inteligência artificial, transformando sonhos em literatura.
Assim como Clara no sonho, todos nós carregamos dentro de nós uma parte que se sente limitada, presa ou silenciada. Mas a liberdade está sempre mais próxima do que imaginamos: basta um gesto, um olhar, uma coragem para mergulhar no mar do nosso próprio inconsciente. O caminho da superação é, antes de tudo, um retorno à essência.
E é nesse espaço de criação que descobrimos o quanto escrever é também libertar. Ao narrar nossos sonhos, dores e vitórias, damos voz ao que antes parecia paralisado. Talvez seja essa a maior beleza da literatura: transformar silêncio em palavra, e limite em voo.
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